Banco BMG encerra parceria com o vôlei feminino do Sport

Em reunião realizada ontem, banco mineiro resolveu continuar investindo apenas no futebol

Os problemas que rondam o Sport parecem não ter previsão de terminar tão cedo. E se no futebol a maré não está boa, o departamento de vôlei resolveu engrossar o coro no quesito dor de cabeça. Após anunciar o nome do possível novo treinador da equipe, o integrante da comissão técnica da seleção brasileira de vôlei feminino adulto, Marco Antônio Di Bonifácio, a diretoria do Banco BMG, patrocinador master da última temporada e candidato a ser o principal parceiro também neste ano, pegou todos de surpresa. E a novidade, dessa vez, passou longe de qualquer manifestação de alegria.

A Gestão de Marketing Esportivo da empresa mineira resolveu colocar um ponto final no vínculo com o clube pernambucano, alegando que o investimento durante os próximos dez meses chegaria, no mínimo, na casa de R$ 1,2 milhão, quase a mesma quantia aplicada no setor de futebol. “A diferença é que, enquanto o vôlei teve apenas duas partidas transmitidas, e em emissora fechada, o futebol terá 38 partidas entre TVs abertas e fechadas, durante o Brasileirão. É uma questão de custo-benefício”, explicou o representante do BMG no Recife, Yuri Romão.

De acordo com um levantamento feito pelo banco mineiro, a base salarial para contratar boas jogadoras seria entre R$ 10 mil e R$ 12 mil, fora o orçamento com os demais profissionais do elenco. Uma comissão, por mais simples que seja, tem a presença de um treinador e seu assistente, além de um preparador físico, um médico, um fisioterapeuta e um nutricionista. “É uma estrutura de valor semelhante ao futebol, mas com uma visibilidade menor”, comentou Romão, revelando que a decisão em não renovar a parceria foi unanimidade entre os executivos de Minas Gerais. “Houve uma análise do projeto, e fiquei sem argumento para defender a continuidade”, completou.

Sem o BMG, o Sport terá que pensar em outras vertentes para colocar o projeto inicial em prática. E, apesar de se deparar com uma nova realidade, Márcio Manfrin, cotado para ser efetivado como o novo gerente do vôlei rubro-negro, pretende dar continuidade aos objetivos do clube, que prevê trabalhar além da categoria adulta, as equipes de base e ações sociais. “Dei a minha palavra e quero ajudar o vôlei pernambucano. Agora é correr atrás de um patrocinador”, afirmou Manfrin, que ainda não assinou o contrato oficial com o Leão. “Estava esperando a renovação do BMG, mas quinta-feira conversarei com o pessoal do clube”.

Quem não aparecerá mais na Ilha do Retiro é Marco Antônio Di Bonifácio, que aguardava apenas um “sim” dos mineiros para fechar o compromisso como treinador do clube pernambucano. “O mercado é rápido, e outras propostas existem. Não temos mais data prevista para nada, então, é quase certo que ele não vem mais”, explicou Manfrin.

Em São Paulo para uma reunião com o Clube dos 13, o presidente rubro-negro, Sílvio Guimarães, não teve tempo de pensar em um plano B para dar continuidade aos preparativos para a disputa da edição 2010/2011 da Superliga, principal competição do País no calendário da modalidade. “Só pensarei nisso amanhã (hoje), quando voltar”, contou.

Fonte: Irce Falcão/ Jornal Folha de Pernambuco